[PERFORMANCE] "Menestréis", Sobre os 32 anos do GRUPO TEATRODANÇA*
Texto: Talita Guimarães
Fotos: Talissa Guimarães
Há de ser fundada em encontro, a conexão proposta desde o princípio pelos seres que experimentam a dança do mundo. Sensíveis à vida, gravitam em torno de toda matéria pulsante de histórias. Para escrever com o corpo dramaturgias que incluem, comovem e transformam.

É com um corpo condutor de narrativas que o Grupo TEATRODANÇA abre caminhos há 32 anos. Da tradição à contemporaneidade, o que se busca coreografar tem a ver com a identidade, a memória e o pertencimento que fluem pelas veias e extravasam pelos poros dos seres viventes, potenciais elos dançantes com o universo.
É com o corpo em movimento que se significam existências múltiplas, comunicadas através dos gestos ritmados de atores-dançarinos-criadores, que elaboram em TEATRODANÇA experiências humanas genuínas investigadas a fundo. Com uma sensibilidade que reconhece o diálogo possível e necessário com as manifestações populares que constituem identidade e lugar.

Nessa jornada em que tensões aguçam conflitos e o mundo pede socorro, o GRUPO TEATRODANÇA desponta com suas dramaturgias extraídas do ventre da terra em diálogo profundo com os povos que nela habitam. Em cena, as inquietações se movem em busca da sábia harmonia que sara ferimentos.

Enquanto a TERRA CHORA e a vida segue ILHADA pela impureza dos que “pseudodetém” o poder, corpos itinerantes encarnam os BICHOS SOLTOS que com bravura encenam o baile do renascimento urgente da compaixão.

Ao evocar as raízes curativas da sabedoria oral e dos ritos ancestrais adormecidos nos corpos atuais, TEATRODANÇA resgata o sentido de comunidade, organismo coletivo que equilibra a vida nos espaços vitais de fauna e flora. EXXPURGA os males, enquanto convida à TRANSgressão.

E como PRECE PARA CORAÇÕES CANSADOS ilumina o retorno ao caminho do espírito.

Entre estes e tantos outros atos e cenas e trilhas, sempre há de prevalecer o amor. Para trabalhar pela libertação. Enquanto TEATRODANÇA lutar pelos terreiros do mundo que ora maravilha ora agoniza, vivo, intenso e fascinante como a própria dança da vida.
Texto inédito apresentado ao público no Teatro Alcione Nazaré, em 30/09/2017.
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