Jô Santos celebra três décadas de música no Teatro da Cidade nesta sexta (17)

O cantor, compositor e violonista maranhense Jô Santos apresenta nesta sexta-feira (17) o show "Tempero da Saudade" a partir das 20h no Teatro da Cidade de São Luís (Rua do Egito, 244 - Centro) em comemoração aos seus trinta anos de carreira. Os ingressos estarão à venda na bilheteria do Teatro por R$ 20 e R$ 10 (meia entrada). 

Jô Santos nasceu João Batista Santos Sousa em São Luís - MA em 1960. Filho de um mecânico paraibano e de uma funcionária pública piauiense, aos quinze anos gostava de imitar os cantores que ouvia no pequeno rádio de pilha que ganhou da mãe.

Seu envolvimento com a música começou cedo, quando aos 16 anos foi morar no bairro do Lins de Vasconcelos no Rio de Janeiro. Com o primeiro emprego em uma corretora,  comprou um violão ainda no período de experiência. E foi ao começar a frequentar os roteiros culturais do bairro e entrar para o grupo de jovens da Igreja São Jaime, atual São Tiago Apóstolo, que conheceu os primeiros amigos do grupo jovem e estabeleceu o primeiro contato com o violão e a bossa. Com apoio dos amigos criou coragem para tocar e cantar as canções sacras da missa. Aí começou o gosto por expressar em notas musicais e canções o sentimento de saudade da mãe e da terra natal. 

Suas referências vem dos grandes mestres da música brasileira, de quem é fã como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, João Gilberto, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Fernando Brant, Ana Terra, Gonzaguinha, Baden Powell, Toquinho, Roberto Menescal, Joyce Moreno, Fátima Guedes, Dorival Caymmi, Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle, Egberto Gismonti, Aldir Blanck, João do Vale, Ronaldo Bôscoli, João Bosco, Banda de Pau e Corda, Paulinho Pedra Azul, Tavinho Moura, Toninho Horta, Tadeu Franco, Quinteto Violado, Almir Sater, Paulinho Tapajós, Edmundo Souto, Francis Hime, Boca Livre, Os Cariocas, MPB-4, Agostinho dos Santos, Flávio Venturinni, Djavan, Nonato e seu Conjunto, Sérgio Habibe, Luiz Gonzaga, Miltinho, Altemar Dutra, Wilson Simonal, Céu da Boca, Beto Guedes, Tunai, Carlos Dafé, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Sílvio Cesar, Lobão, Ednardo, Fagner, Belchior, Kleyton e Kledir, Edu Lobo, Nara Leão, Maysa, 14 Bis, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Raul Seixas, Sá e Guarabira, Tim Maia, Jorge Ben Jor, Jackson do Pandeiro, Vítor Ramil, Nando Cordel, Mutantes, Secos e Molhados, Marina Lima, Vítor Martins, Evandro Mesquita, Oswaldo Montenegro, Zé Rodrix, Carlos Lira, Newton Mendonça, Ivan Lins, Lô Borges, Chico Maranhão, Nonato Buzar, Cartola, Elis Regina, Maria Bethânia, Gal Costa, Nana Caymmi, Elizeth Cardoso, Roupa Nova, Cazuza, Dalto, Nando Reis, Lulu Santos, Titãs, Heróis da Resistência, Noel Rosa, Roberto Ribeiro, João Nogueira, João Donato, Aloísio de Oliveira, Guilherme Arantes, Leila Pinheiro. Todos esses nomes influenciaram o trabalho de pesquisa musical na formação de Jô Santos.


Em 1978, uma decisão marca a vida de Jô: a entrada para o Seminário São José no Rio Comprido, no Rio de Janeiro. A vida sacerdotal, que era um sonho na época, se mostrou uma experiência que contribuiu muito para a formação cultural e musical, revelando inclusive que o sacerdócio não seria o caminho que o jovem músico iria seguir. 

Em 1980, Jô começou a mostrar seu talento em eventos escolares e festivais de música. Produziu pequenos saraus de MPB com músicos iniciantes e começou a formar repertório para produções maiores. Entrou em contato com os movimentos musicais e passou a fazer shows temáticos. Em 1983, Jô Santos iniciou uma carreira na música que destacava os grandes momentos da MPB como a Bossa Nova, a Jovem Guarda, a Tropicália, Música Nordestina, o Clube da Esquina e o Rock Brasil. Em 1984, retorna à sua querida São Luís do Maranhão e inicia um processo profissional que o tornaria não só professor de português, mas divulgador da música brasileira de exportação. Tornou-se com seu violão, canto e voz uma referência da MPB dentro do Maranhão e do Brasil.

O retorno faz a carreira intensificar-se cada vez mais. Conhece o trabalho de músicos locais como Josias Sobrinho, Sérgio Habibe, Gerude, Roberto Rafa, Chico Maranhão, César Teixeira, João do Valle, Oberdan Oliveira, Mestre Nonato, Nonato Buzar, Roberto Rafa, Ubiratan Sousa entre outros e passa a entender melhor a força da cultura da sua terra natal. Vivenciando nas aulas de português, já como professor, a possibilidade de trabalhar com música leva letras e músicas para a garotada que logo identifica no mestre um jeito novo de aprender gramática e interpretação de texto. Logo surgem as primeiras produções com estudantes em teatros da cidade. A música era uma forma de monótonas aulas de gramática se tornarem mais interessantes para os jovens.

A profissionalização acontece em 1985 com a produção de shows  e a apresentação em casas noturnas onde a voz e o violão traziam os clássicos da MPB. Neste momento surgem os sinais de um futuro compositor. Compõe a primeira canção em homenagem a Tom Jobim tantas vezes interpretado por Jô: "Tempero da Saudade". 


As produções acontecem nos anos seguintes:

1986- "VOZES MARANHENSES"
1987- "SEMENTES DA PAZ"
1988- "UM CANTINHO, UM VIOLÃO"
1989- "ARRASTÃO" com Roberto Rafa e Coral São João no TEATRO ARTHUR AZEVEDO
1990- "CARTA AO TOM, CARTA DO TOM" (TEATRO PRAIA GRANDE atual ALCIONE NAZARÉ)
1991- "NOTÍCIAS DO BRASIL, AS CANÇÕES TRAZEM" (Idem)
1992- "SEM SAÍDA"
1994- "NOSSO CÉU TEM MAIS ESTRELAS"
1997- "NOSSA BOSSA"
1999- "CANTAR: VERBO INTRANSITIVO"
2000- "PERDAS E DANOS"
2001- "TEMPLO DA EMOÇÃO"
2002- "BOSSA QUE QUERO NOVA"
2003- "TEMPERO DA SAUDADE" – 1ª música gravada

2003 se revela um ano marcante, pois produz de modo alternativo em estúdio as canções “Tempero da Saudade” e “Uma Prece a São Luís” com respeito de crítica e público.

Em 2004, apresenta ao público o primeiro CD autoral intitulado "Tempero da Saudade". O álbum traz 11 faixas com arranjos de Jô Santos, Cid Mota, Zico e Alex. 

Em 2005, produz o segundo disco com destaque para a faixa título “Marca de Fogo”, uma bossa de sua autoria. O trabalho traz também interpretações de canções marcantes em sua trajetória nas noites brasileiras. “Marca de Fogo” chega às rádios e torna o compositor mais presente no palco da vida e da arte.

Em 2006, lança o CD “Nada a Temer” com 16 canções, entre elas a faixa título de sua autoria. Em 2009, lança o CD “E-mail coração” com coletâneas de trabalhos autorais e de compositores nacionais como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Caetano Veloso entre outros.

Entre 2009 e 2014 produz inúmeros shows de música popular brasileira passando pela pesquisa da música nordestina. 

Em 2015, Jô Santos volta aos palcos do Maranhão com “Tempero da Saudade” para comemorar 30 anos de música voltada para o sentimento e a saudade dos bons tempos da sua São Luís. As canções no violão e na voz de Jô com surpresas brasileiras trazem a bossa com tempero maranhense. Os acordes dissonantes farão a sua parte e a voz colocará vida na poesia efêmera, porém viva.


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